As anomalias congênitas são lesões que se formam ainda no feto, na maior parte dos casos no primeiro trimestre de gestação (fase embrionária) e podem estar relacionadas a síndromes que envolvem outras alterações, como cardiopatias, malformações do tubo digestivo e do sistema nervoso central, entre outras. Elas ocorrem em cerca de 2% dos nascidos vivos. As alterações do membro superior respondem por 10% dos casos (a maioria delas na mão). Durante a gestação as Ultrassonografias podem realizar o diagnóstico precoce dessas alterações e auxiliar na conduta a ser tomada, pela possibilidade de estudo do caso com tranquilidade e a realização de um tratamento precoce, com resultados funcionais na vida adulta melhores quando comparados à não correção ou a correções tardias. Se faz necessário o acompanhamento com um geneticista, pois esse especialista poderá avaliar se a lesão foi causada por uma síndrome ou não.

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Na maioria dos casos as anomalias congênitas não possuem causa definida, quando ou onde teria acontecido a alteração. Menos comumente temos as alterações genéticas (síndromes familiares) ou ambientais (radiação, álcool e drogas). As alterações possuem várias causas, entre a 4º e 8º semana de gestação as mãos são formadas, porém desde a união entre espermatozóide e óvulo, em qualquer fase do desenvolvimento, as anomalias podem acontecer.

O diagnóstico de uma alteração congênita das mãos pode ser feito a partir do terceiro mês de gravidez, por meio de um ultrassom morfológico. Esse exame permite visualizar o bebê dentro do útero, identificando possíveis doenças, porém as alterações menores podem não ser vistas.

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As lesões congênitas mais frequentes são a sindactilia (mais comum, quando dois ou mais dedos estão unidos) e a polidactilia (quando possui um número extra de dedos). As alterações possuem características que variam a depender da região do mundo (populações brancas possuem mais comumente a sindactilia, negros a polidactilia do 5º dedo e os amarelos a do polegar). A sindactilia pode ser simples, quando há união entre os dedos somente pela pele, ou complexa, quando ocorre fusão óssea entre os dedos, tornando o tratamento mais difícil. A polidactilia pode ser dividida em dois tipos: pré-axial, que se caracteriza pela duplicação do polegar, e pós-axial, quando se localiza nos outros dedos.

polidactilia

O tratamento, na sindactilia e na polidactilia, são feitos por cirurgia, realizada por volta dos seis ou sete meses de vida, caso não exista nenhuma síndrome associada à lesão. Na sindactilia, a cirurgia separa os dedos envolvidos. Pacientes com vários dedos afetados muitas vezes exigem mais de um procedimento cirúrgico. A sindactilia pode causar transtornos ao crescimento dos outros dedos, por isso devem ser tratadas precocemente, além de deformidades e perda de amplitude dos movimentos. Na polidactilia, a cirurgia visa à remoção dos dedos extras, se forem dedos que não apresentam ossos podem ser extraídos logo após o nascimento, as cirurgias mais delicadas destinam-se às duplicações do polegar e dedos centrais, completamente formados, que demandam maiores cuidados. O ideal é que a cirurgia seja realizada no máximo até os cinco ou seis anos de idade, nos casos de polidactilia.

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Existem outras alterações menos frequentes: Amputações (ausência de mão, antebraço, ausência de dedos e falanges – órteses podem ser usadas), Mão torta (defeito longitudinal do rádio, com diminuição de seu tamanho ou ausência parcial / completa – órteses para posicionamento e cirurgia), Polegar hipoplásico (deformação com polegar discretamente menor até sua total ausência – cirurgia para reconstrução), Polegar empalmado (polegar virado para dentro da palma da mão – órtese para posicionamento e cirurgia), Camptodactilia (deformação dos dedos, com flexão permanente – órteses, manipulação ou cirurgia).

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