A luxação do ombro pode ser dividida em duas patologias cientificamente distintas, com diagnósticos, tratamentos e resultados diferentes: a Lesão de Bankart e a Instabilidade Multidirecional.
A Lesão de Bankart seria a luxação traumática do ombro, quando esta saída da cabeça umeral estaria relacionada a alguma queda ou acidente; já a Instabilidade Multidirecional estaria associada a pacientes com maior elasticidade das articulações e, portanto, maior facilidade de “sair ou saltar o ombro do lugar”.
O primeiro registro que se tem são de desenhos em tumbas egípcias de 3000 a.C. realizando manobras de redução (recolocação do ombro no lugar), Hipócrates em 460 a.C. descreveu a anatomia do ombro com suas luxações e manobras de redução.
O ombro é a articulação do corpo com maior mobilidade, porém isso a torna a mais instável também. Várias estruturas, como músculos e ligamentos, auxiliam a estabilidade do ombro e podem apresentar alterações anatômicas com o crescimento ou ao nascimento (Instabilidade Multidirecional), também podem ser lesionados durante algum trauma (Lesão de Bankart), levando a luxação do ombro.
Quanto mais jovens forem os pacientes, maior a probabilidade de que esta luxação do ombro se repita, podendo promover maiores instabilidades, com maiores períodos de afastamento e maior limitação em suas atividades diárias.
As luxações traumáticas (Lesão de Bankart) são as mais comuns e onde encontram-se as maiores indicações de tratamento cirúrgico. A Instabilidade Multidirecional é menos comum e apresenta melhores resultados, quando comparado a Lesão de Bankart, com o tratamento conservador (medicação e fisioterapia). Após uma luxação do ombro deve-se realizar a redução o mais rápido possível e pode-se imobilizá-la para alívio das dores por um curto período de tempo (10-15 dias).
Dentre os tratamentos iniciais para esses pacientes temos que primeiro diferenciar qual o tipo de luxação que ele apresenta, com este diagnóstico preciso partimos para avaliação da lesão que ocorreu na luxação com Radiografias simples e, de preferência, realizamos a Artro-Ressonância do ombro. Outros exames de imagem não possuem acurácia significativa e podem ser dispensados na maioria das vezes.
Iniciamos com o paciente um programa intenso e específico de reabilitação com fisioterapia, associados a medicação e orientações para prevenir uma nova luxação. Em pacientes que não respondem bem ao tratamento conservador realizamos o tratamento cirúrgico aberto ou fechado, sendo o mais indicado o tratamento com a videoartroscopia (popularmente chamada de cirurgia a laser).
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