O Manguito Rotador é composto por quatro músculos: o subescapular, o supra-espinhal, o infra-espinhal e o redondo menor. Todos eles se originam na escápula e inserem-se nas tuberosidades da cabeça do úmero. Essas inserções musculares sofrem com o passar dos anos forças de cisalhamento (Síndrome do Impacto ou colisão do ombro), possuem uma diminuição da vascularização local e, associado a isso, ainda apresentam envelhecimento da musculatura (perda de resistência e força). Essas alterações levam ao rompimento desses tendões, causando dores e diminuição dos movimentos, além da diminuição da estabilidade do ombro.
Neer (1972, por muitos conhecido como Pai da Cirurgia do Ombro moderna) descreveu três fases evolutivas da síndrome compressiva do manguito, sendo a terceira fase conhecido como ruptura completa do músculo componente do manguito rotador, com algumas alterações ósseas típicas radiografia.
O exame físico do paciente pode ajudar a diagnosticar lesões do Manguito Rotador, e este quando associado aos métodos/exames de imagem desenvolvidos no últimos anos, tornam cada vez mais precisos e precoces os diagnósticos, melhorando os resultados obtidos com os tratamentos. Até os anos 70 a 80, considerava-se que a dor e a impotência funcional do ombro fossem devidas a “bursite, reumatismo, mau jeito”, e que o tratamento não atingiria resultados satisfatórios, somente obtendo quando muito o alívio das dores. Sabe-se que a dor no ombro é a segunda maior queixa em incidência no consultório ortopédico e que metade delas são oriundas de problemas no Manguito Rotador.
O quadro clínico se caracteriza por dor com piora à noite e crepitação – estalos no ombro, principalmente aos movimentos. Força muscular geralmente diminuída no lado envolvido, instabilidade da articulação glenoumeral (ombro mais anteriorizado e ascendido), limitação de movimentos e sinal do “braço caído” são algumas alterações que também podem ser encontradas.
O diagnóstico é clínico e a confirmação por imagem A Radiografia auxilia no tratamento e diagnóstico, mas normalmente não confirma o diagnóstico. A Ultrassonografia ou Ressonância Nuclear Magnética são os exames de escolha para a confirmação do mesmo, a depender do que pretende ser visto em cada paciente.
Segundo a maioria dos autores modernos, uma ruptura do manguito rotador tem indicação cirúrgica tão logo o diagnóstico seja confirmado, já que não ocorre cicatrização dos tendões; sua cronicidade leva à retração dos músculos, aumentando as dimensões da lesão; a possibilidade de perda gradual da função motora na cintura escapular e o desenvolvimento de capsulite adesiva do ombro; a perda contínua de líquido sinovial do ombro (a famosa “baba”) pode determinar uma degeneração grave da superfície articular (artrose).
O tratamento com fisioterapia e medicação pode ser feito em pacientes que tem alguma rejeição a cirurgia ou em pacientes com mais idade, além dos casos em que a cirurgia está contra indicada. O tratamento cirúrgico pode ser aberto (cirurgia minimamente invasiva) com abordagens de 4-5 cm ou artroscópico (por video, ou popularmente chamada de cirurgia a laser). Os resultados obtidos com qualquer dos procedimentos tem sido satisfatórios, desde bem indicados pelo seu médico especialista em Cirurgia do Ombro e Cotovelo.
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