A Articulação Acrômio-Clavicular (AAC) localiza-se na parte superior do ombro, mais lateral, próximo a extremidade da clavícula. Ela é uma articulação fundamental (a clavícula é a única conexão entre o ombro e o tronco). A sustentação da articulação se dá por meio de 2 grupos de ligamentos: entre a clavícula e o acrômio, e entre a clavícula e uma proeminência da escápula chamada coracóide.
A Luxação Acrômio-Clavicular (LAC) ocorre por trauma direto, mais comum por queda de altura ou na prática esportiva, ocorrendo a perda do contato adequado entre esses ossos. Os ligamentos entre a clavícula e o acrômio são os mais superficiais e são os primeiros a serem lesados. Dependendo da energia do trauma, os ligamentos entre a clavícula e o coracóide podem ser lesados, dando origem às luxações mais graves.
O diagnóstico pode ser simples de ser feito, com a história clínica de trauma, que é bem característico, ocorrendo dor e edema (inchaço) na AAC, que pode ser facilmente palpada como um degrau na parte mais lateral da clavícula, nos casos em que ocorre a mobilidade da articulação temos o “sinal da tecla”, como uma tecla de piano. Nos casos mais graves, a clavícula fica saliente (elevando-se) dando origem ao “sinal do cabide”.
Entre os exames de imagem temos a Radiografia em posição especial para clavícula (chamada de Zanca), comparando os 2 ombros, para determinar o grau da luxação; associada a Radiografia do Ombro, para visualizar outras lesões associadas (fraturas, por exemplo). Raramente uma Tomografia Computadorizada ou Ressonância Magnética são necessárias. Ultrassonografias são usadas nos casos em que investigamos lesões tendíneas do ombro associada.
Existem 6 tipos diferentes de luxação (Classificadas por Rockwood). As luxações mais simples são as do tipo 1 e 2, que são tratadas de maneira conservadora (não operatório), com imobilização e medicação analgésica e/ou anti-inflamatória, com fisioterapia posteriormente, nesses casos há pouca ou nenhuma deformidade estética. A luxação do tipo 3, em que há luxação da clavícula entre 25 a 100% em relação ao lado normal, o tratamento é bastante controverso, mesmo entre os médicos especialistas, a tendência tem sido a de tratar sem cirurgia pacientes com baixa demanda de esforços (idosos) e pacientes com alta demanda (como atletas e pacientes com trabalho pesado) com a escolha pelo tratamento cirúrgico. As luxações do tipo 4, 5 e 6 são mais graves e sempre de tratamento cirúrgico.
A Luxação Acrômio-Clavicular (LAC) pode gerar dor local, dificultando as atividades físicas ou esportivas com o ombro. Além disso, pode gerar uma diminuição de força do ombro e dos músculos da escápula. Pode também dar origem a uma alteração dos movimentos da escápula, chamada de discinesia da escápula, que pode gerar dor nos músculos paraescapulares ou cervicais. Por isso a importância do tratamento adequado para esta lesão.
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