A Epicondilite Lateral, também chamada de Cotovelo do Tenista, se refere a processos inflamatórios crônicos, micro-rupturas e processos fibróticos que acometem o tendão na região lateral do cotovelo. A doença é provocada por esforço repetitivo (no trabalho – digitação ou uso do mouse, atividade de lazer – artesanatos como crochê, ou prática desportiva – tênis).
A força de supinação e pronação repetitivas no antebraço, bem como excesso de uso ou fraqueza (ou ambos) dos músculos nessa região (extensor curto radial do carpo e dos músculos longos do antebraço), originários do epicôndilo lateral do cotovelo podem gerar a Epicondilite Lateral. Fatores contribuintes incluem ombro e músculos do punho fracos, cordas da raquete muito apertadas e empunhadura de tamanho pequeno (nas partidas de tênis), posicionamento inadequado para a realização de movimentos.
Os principais sintomas são dor localizada (inicialmente nos extensores do antebraço e em volta da lateral do cotovelo), desconforto, sensação de peso ou fraqueza, formigamento, dormência, inchaço, enrijecimento muscular, falta de firmeza nas mãos e sensação de diminuição de força. Em alguns casos ocorre a mudança de função, frequentemente quem possui epicondilite se queixa de dor no ombro e torcicolo, por evitar o movimento que incomoda, acaba sobrecarregando outro grupo muscular.
O diagnóstico é basicamente clínico, ou seja, com a história do paciente e os sintomas relatados. Os exames de imagem podem auxiliar e confirmá-lo. A Radiografia mostra a estrutura óssea, normalmente normal, auxiliando em diagnósticos diferenciais; a Ultrassonografia pode mostrar a lesão, tanto a inflamação como possíveis rupturas; a Ressonância Magnética também mostra as lesões musculares, com maior acurácia e auxilia nos diagnósticos diferenciais.
O tratamento envolve a realização de repouso, gelo e anti inflamatórios com bons resultados. Nos casos em que não se obtém a melhora do quadro podemos associar fisioterapia, talas – órteses no punho (bloqueio dos movimentos dos músculos afetados) e alongamento dos músculos extensores são utilizados. O uso de ultrassom de baixa amplitude e terapias de ondas de choque, além das infiltrações com toxina botulínica estão entre as novas terapias que podem ajudar no alívio do quadro. A intervenção cirúrgica normalmente é considerada somente após 9 a 12 meses de tratamento conservador sem sucesso; os pacientes devem ser aconselhados de que o procedimento é tratamento de exceção e deve ser evitado.
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