A epifisiólise proximal do fêmur (EPF) é o distúrbio de quadril mais comum na faixa etária da adolescência. Ela ocorre quando existe uma fraqueza na placa epifisária proximal do fêmur, que permite um deslocamento da epífise femoral proximal, deslocando anterior e superiormente a metáfise. A Placa Epifisária ou Epífise é uma linha de cartilagem que existe em ossos longos de crianças e adolescentes, responsável pelo crescimento ósseo e que desaparecem com a idade.
Facilmente confundida com dores musculares e ósseas, a doença acomete crianças e adolescentes, mais comumente na faixa dos 10 aos 14 anos. Como normalmente é pré-puberal, acomete as meninas mais comumente dos 10 aos 12 anos, e meninos dos 12 aos 14 anos de idade, sendo mais comuns em meninos.
Atribui-se a epifisiólise a um desequilíbrio endócrino, a microtraumas ou a obesidade. Alguns biótipos são mais facilmente acometidos, crianças acima do peso ou muito magras e altas (que cresceram rapidamente) podem ter a cartilagem entre o colo e a cabeça femoral enfraquecida e, quando submetida ao estresse mecânico, podem sofrer o escorregamento.
Os sintomas mais comuns da EPF são: dor na virilha que pode irradiar para a parte interna da coxa, indo até o joelho, marcha em rotação externa do membro inferior e, quanto mais acentuado o desvio da cabeça do fêmur, o paciente terá maior dificuldade na mobilidade do quadril e dor.
A manifestação da epifisiólise pode ser aguda ou crônica. Na aguda a dor é muito forte e o paciente acaba tendo dificuldade para andar. Já na crônica ocorre uma inflamação e a dor irradia para a face interna da coxa até o joelho, por isso pode ser facilmente confundida com outros quadros traumáticos do dia a dia, atrasando o diagnóstico.
A confirmação do diagnóstico deve ser feita a partir de um estudo radiológico simples da bacia comparando os dois lados, podemos usar a Linha de Klein, como parâmetro. Se não identificada rapidamente, a epifisiólise pode causar sérios danos na fase adulta do paciente, como a artrose no quadril e deformidades.
O tratamento para EPF é eminentemente cirúrgico, apesar de em casos bem leves alguns médicos indicarem repouso e tratamento conservador. Nos casos leves é realizada a epifisiodese (cirurgia para a fixação de um parafuso entre a cabeça e o colo do fêmur). Em casos mais graves, recomenda-se uma osteotomia, em que uma parte do fêmur é retirada para permitir o reposicionamento entre a cabeça e o colo do fêmur, no interior da cavidade acetabular.
No Pós-operatório o paciente recebe anti-inflamatórios, analgésicos e antibióticos; orientações para a realização de repouso também são feitas, com o início da fisioterapia o mais breve possível.
Leave a reply
Leave a reply