Um dos problemas musculoesqueléticos congênitos mais frequentes é o Torcicolo Congênito. Esta doença, desenvolvida durante a gestação ou no parto, afeta os músculos do pescoço. Ele é uma anomalia ortopédica na região cervical, provocando o encurtamento do músculo esternocleidomastóideo (ECM, músculo da face lateral do pescoço, na região anterior e lateral); principal flexor do pescoço, sendo causado por uma fibrose ou rotura muscular (contração muito forte e violenta do músculo). A sua etiologia (causa) ainda não está muito bem definida, mas existem algumas hipóteses. Uma delas é a má posição do pescoço no útero, que provoca isquemia levando à fibrose do ECM; outra é o alongamento do músculo ECM provocado durante o trabalho de parto.

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Na maioria dos casos cura-se espontaneamente, sem necessidade de tratamento. Contudo, quando se faz necessário o tratamento, o mesmo pode levar a deformidades permanentes e consideráveis. Em cerca de 97% o tratamento simples é suficiente, com uma duração média entre quatro a sete meses.

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A criança nasce com o pescoço virado para um dos lados da cabeça, tendo limitações na movimentação do pescoço. Em crianças com esse problema há uma inclinação da cabeça na direção do lado afetado e rotação da mandíbula em direção ao lado oposto. No recém-nascido normal, a rotação passiva da cabeça de um lado a outro chega a 180º, ao passo que na criança com torcicolo a rotação para o lado oposto frequentemente não ultrapassa a linha mediana.

O diagnóstico é feito clinicamente, realizado por meio da observação de determinados sintomas por parte do médico ortopedista, obstetra ou pediatra. Os sintomas incluem: aparecimento de uma massa cervical móvel e dolorosa; posição preferencial com a cabeça virada para um dos lados; limitação dos movimentos cervicais; rotação do pescoço com rosto direcionado para o lado oposto.

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O Torcicolo Congênito tem cura, e pode ser tratado com fisioterapia, osteopatia ou cirurgia (raramente indicada); que só é indicada nos casos em que a criança não tenha alcançado melhora até 1 ano de idade. A incidência do torcicolo congênito é de 1 a cada 250 recém-nascidos. A mamãe pode amamentar a criança mais vezes no peito em que force o bebê a girar o pescoço, numa tentativa de liberar a articulação e diminuir a contratura do músculo afetado. Pais ou cuidadores do bebê devem fazer alguns exercícios em casa para complementar e potencializar o tratamento.

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