O Fêmur é o osso mais longo, volumoso e resistente do corpo humano do corpo; e fica localizado na região da coxa, entre o quadril e o joelho. Por se tratar de um osso muito forte, é necessário, normalmente, um trauma de alta energia para fraturá-lo (como acidentes de carro). Em pessoas mais idosas, as fraturas no fêmur podem ocorrer em virtude da osteoporose (traumas de baixa energia). A identificação do local e do tipo da fratura é importante para determinar o diagnóstico, o tratamento e o prognóstico do paciente.

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As Fraturas do Fêmur podem ser divididas em três tipos, a depender das regiões acometidas: As Fraturas proximais (localizada próxima à articulação do quadril e mais comuns nos idosos devido à incidência de osteoporose); As Fraturas diafisárias (compromete o fêmur abaixo do trocânter menor até o tubérculo dos adutores, sendo mais frequente nos adolescentes e adultos jovens); e As Fraturas supracondilianas (localizada no terço distal do fêmur e normalmente envolve a articulação do joelho).

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Com o aumento da expectativa média de vida da população, houve um aumento do número dos casos de fratura do fêmur, uma vez que acima de 60 anos temos um aumento dos casos de osteoporose. Em jovens, a ocorrência de fratura do fêmur também vêm aumentando devido a acidentes com trauma de alta energia. O diagnóstico é realizado através da história clínica (história e sintomas apresentados pelo paciente) e exames complementares (radiografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética).

ANATOMIA

A porção proximal do fêmur consiste em quatro partes essenciais – (1) cabeça, (2) colo, (3)trocanter maior e (4) trocânter menor. A cabeça do fêmur é arredondada e lisa. O colo do fêmur é um processo piramidal resistente do osso que conecta a cabeça ao corpo ou diáfise na região dos trocanteres. O trocânter maior é uma ampla proeminência localizada superiormente e lateralmente à diáfise femoral e é palpável como uma proeminência óssea. O trocânter menor é uma eminência cônica, menor que se projeta medial e posteriormente a partir da junção do colo e da diáfise do fêmur. O corpo ou a diáfise do fêmur é longo e quase cilíndrico. Ao final (distal), o fêmur volta a se alargar, formando os côndilos (lateral e medial), que auxiliam na formação do joelho.

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FÊMUR PROXIMAL

As Fraturas proximais de fêmur são subdivididas em Colo Femoral, Cabeça Femoral, Transtrocantérica e Subtrocantérica.

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Fratura do Colo do Fêmur

O tratamento das fraturas do colo é cirúrgico em quase 100% dos casos, salvo em raros casos de pacientes muito incapacitados. Nas fraturas de menor desvio ou incompletas o tratamento preconizado é a osteossintese, normalmente com parafusos (técnica pouco invasiva, rápida e de baixíssimo sangramento). Nas fraturas de maior desvio a idade do paciente será fundamental para a conduta, abaixo de 65 anos ainda tenta-se a redução e osteossíntese, em pacientes de mais idade a artroplastia do quadril (parcial ou total) está indicada.

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Fratura da Cabeça do Fêmur

As fraturas da Cabeça Femoral são pouco frequentes e causadas por trauma de alta energia. Quanto ao tratamento destas fraturas, quando associada a luxação, está indicada a redução incruenta em caráter de urgência e posteriormente, com a realização de exames, planeja-se o tratamento da fratura. O tratamento varia do conservador (se conseguida redução congruente e articulação livre e estável), cirúrgico (redução aberta e fixação da fratura ou artroplastia).

Fraturas Transtrocanterianas

As fraturas transtrocanterianas comprometem a região entre o grande e o pequeno trocanter e normalmente acometem pacientes com idade mais avançada. O padrão ouro de tratamento para esse tipo de fratura de fêmur é a fixação interna, o objetivo do tratamento é a rápida estabilização com pouca espoliação ao paciente visando uma mobilização precoce. O tratamento conservador está restrito apenas a pacientes com risco cirúrgico elevadíssimo e/ou em estágio terminal.

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Fraturas Subtrocanterianas

As fraturas subtrocanterianas correspondem a aproximadamente 15% dos casos de fratura de fêmur. O tratamento conservador é de difícil execução e as taxas de mal resultados são bastante consideráveis, sendo o tratamento cirúrgico o método de eleição, e entre eles a haste intramedular é o de melhor resultado.

FÊMUR DIAFISÁRIO

As fraturas diafisárias do fêmur ocorrem, geralmente, por trauma de alta energia e acometem, predominantemente, adultos jovens. O tratamento das fraturas diafisárias do fêmur é, eminentemente, cirúrgico (porque permite a reabilitação precoce do paciente e diminui o risco de complicações sistêmicas); esporadicamente crianças são tratadas conservadoramente (gesso com ou sem tração). Mesmo fraturas fechadas podem estar associadas com uma hemorragia significativa, mesmo se o inchaço da coxa não é percebido ou significativo (chegamos a perder 1,5 litro de sangue). A maioria das fraturas diafisárias do fêmur precisam de 4-6 meses para cicatrizar completamente.

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FÊMUR DISTAL

São as fraturas que acometem os 9 cm distais do fêmur, são consideradas graves e em pacientes jovens geralmente são associadas a trauma de alta energia (acidentes de trânsito), em pacientes mais idosos podem ocorrer após traumas mais leves. As fraturas extra-articulares, sem desvios, podem ser tratadas conservadoramente (com gesso). As demais são tratadas com cirurgia com colocação de placas, parafusos, hastes ou fixador externo.

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Em todos os casos, independentemente de um caso cirúrgico ou não, devemos priorizar pela reabilitação precoce do paciente. Mobilidade assim que o paciente permitir (pela dor) e a carga (apoiar ou pisar) liberados sob orientação médica são fundamentais para uma recuperação completa.

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