A Síndrome ou Doença de Legg-Calvé-Perthes consiste em uma desordem degenerativa, que afeta as articulações do quadril, caracterizada pela necrose da cabeça do fêmur. Desenvolve-se mais comumente em meninos entre os cinco e dez anos de idade, e geralmente afeta somente um dos membros inferiores. Cerca de 10% das crianças têm um pai ou mãe que teve a doença. Ela é causada pela deficiência do suprimento de sangue para a parte superior da cabeça do fêmur (quadril). A razão para a deficiência do suprimento de sangue é desconhecida.

Doenca-de-Legg-Calve-Perthes

Esta condição foi descrita primeiramente por Waldenström, no ano de 1909; todavia, atribuindo-a a tuberculose. No ano de 1910, Arthur Legg, nos Estados Unidos, Jacques Calvé, na França e George Perthes, na Alemanha, apontaram esta necrose como sendo uma entidade única e idiopática.

Ela pode causar danos graves ao quadril sem causar sintomas significativos no início. Esses danos graves podem conduzir, no entanto, ao desgaste permanente do quadril. O primeiro sintoma é, com frequência, dor na articulação do quadril e problemas para caminhar (marcha). A dor começa de maneira gradual e progride lentamente. Ela tende a piorar quando se mexe o quadril ou se caminha. Algumas crianças se queixam de dores no joelho.

imagem cabeça do femur

A evolução desta síndrome é dividida em quatro estágios distintos, que são:

  • Condensação: ocorre a necrose de uma parte da cabeça do fêmur e a parada do crescimento do osso.
  • Fragmentação: nesta etapa há a reabsorção e fragmentação do osso necrótico.
  • Reossificação: a cabeça femural é revascularizada e, consequentemente, há a produção de massa óssea.
  • Remodelamento: quando há o novo crescimento da cabeça do fêmur e do acetábulo

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Classificação de acordo com o grau de Comprometimento

O diagnóstico é confirmado através do exame físico do paciente e por radiografias. A Ressonância Magnética é realizada caso as radiografias resultem normais ou se faça necessário uma avaliação mais pormenorizada da articulação. As radiografias posteriores podem mostrar alterações na área da placa de crescimento, tais como fraturas ou destruição do osso.

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           Normal                     Legg-Calvé-Perthes

O tratamento tem como objetivo impedir a deformação da cabeça do fêmur e do acetábulo, e inclui imobilização prolongada do quadril. Esta imobilização pode ser parcial, proporcionada pelo repouso no leito, e às vezes é suficiente (na maioria dos casos); no entanto, esporadicamente, é necessária a imobilização quase total, por 12 a 18 meses, o que exige maiores cuidados (como tração, imobilizadores, moldes de gesso ou talas). Esses tratamentos mantêm as pernas em abdução (aberta). A fisioterapia é usada para evitar que os músculos se atrofiem e aumente o comprometimento articular.

Se a criança tiver menos de 6 anos os resultados, normalmente, são melhores, pelo maior metabolismo ósseo existente, que consegue reparar as lesões que ocorrem. Após os seis anos de idade a destruição óssea se torna moderada ou grave, com menor metabolismo, e a cirurgia pode ser indicada. Independentemente de como for tratada, a doença de Legg-Calvé-Perthes costuma exigir pelo menos dois a três anos para ser curada.

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